A revista Nova escola, na sua edição de nº 221, de abril de 2009, traz uma matéria muito interessante no que diz respeito à leitura e à escrita, intitulada "Ler para escrever". Entretanto, muito interessante é o modo pelo qual é abordada essa temática. Elenco quais os objetivos da revista em relação a essa matéria: reconhecer o ato de ler como fonte para produção textual; e reconhecer, organizar e utilizar nas produções os recursos linguísticos presentes no texto.
Na matéria, a revista aborda a leitura como reflexão para aquisição da escrita, indica leituras de contos infantis, além de expor tópicos que podem ser fontes para a solução de possíveis problemas nesse campo, e cita que um método interessante é recorrer a outros textos e outros autores. Essa mídia destaca ainda pontos que corroboram sua posição sobre o assunto. Pensamos que antes de enumeramos tópicos que designe o modo de trabalhar a leitura e, consequentemente, a produção de texto é necessária, termos outros cuidados.
Entendemos que antes desse processo de enumeração onde define pontos que orientam o professor a realizar sua atividade docente, as agências de formação e o próprio educador devem preocupar-se em dominar seus conhecimentos sobre o que é linguagem e o que é ensinar e aprender. Para que a tentativa de formar leitores não seja uma tentativa frustrada, pois compreendemos (Abramovich) "para que o processo da leitura não seja tomado apenas como uma atividade escolar a mais, mecânica e descontextualizada, mas uma atividade vital, que precisa ser, desde cedo, plena de significação". Para que o trabalho com leitura não seja centrado na idéia que a leitura é apenas uma decodificação de texto.
Processos de ensino e aprendizagem
Pois não desejamos que a escola forme sujeitos leitores que apenas decodifiquem textos e sejam inaptos para realmente compreendê-los. Concordamos com Bronckart quando diz que "os textos são produtos da atividade humana e, como tais [...], estão articulados às necessidades, aos interesses e às condições de funcionamento das formações sociais no seio das quais são produzidos". Também concordamos inteiramente com a revista quando diz que o professor deve procurar novos meios de pesquisa para provocar no aluno um interesse maior em ler e, consequentemente, no ato de produzir, porém é relevante que o aluno compreenda que a linguagem vai além do ato de se comunicar. Como diz Fiorin: "A primeira função da linguagem não é ser representação do pensamento ou instrumento de comunicação, mas expressão da vida real."
Portanto, é relevante ao professor entender que, antes de explorar os elementos que participam da construção do texto, é necessário que defina o que é gênero textual, e que o mesmo se dá de diversas formas de linguagem que circulam socialmente, sejam formais ou informais, como podemos, citar: romance, artigo de opinião, o conto, a piada, a palestra, a aula etc. Logo percebemos que talvez seja essa falta de conhecimento com os gêneros textuais, talvez seja esse distanciamento com as características de cada gênero, que faça os alunos ainda produzirem de forma tão tímidas. Pois, segundo a revista, muitos docentes se interrogam por que as composições dos alunos são tão curtas.
A revista mostra que contar histórias infantis é um mecanismo eficaz para a formação de leitores e escritores e não estamos contra essa idéia, pois podemos constatar o quanto é importante na formação de qualquer criança ouvir muitas histórias. Assim, de acordo com Abramovich (1994), "escutar histórias é o início da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor é ter todo um caminho de descobertas e de compreensão do mundo, absolutamente infinito". Porém, minha preocupação é que os educadores tenham pleno conhecimento do trabalho que executam e que conheçam os processos de ensino e aprendizagem para ofertar mecanismos ao seu aluno, à medida que ele seja o dono do seu próprio saber, desenvolvendo assim habilidades no mundo da leitura e da escrita.
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