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9 de novembro de 2011

BREVE ENSAIO SOBRE A EVASÃO ESCOLAR NA EJA

PARTE IV

PROPOSIÇÕES ACERCA DA EVASÃO NA EJA
            A princípio foi realizada entre os estudantes uma pergunta com múltiplas escolhas privilegiando os principais motivos que poderiam causar a evasão escolar. Para entendermos melhor vejamos um modelo da questão que foi repassada aos estudantes, o objetivo era escolher entre as questões a alternativa principal que poderia fazê-los evadir da escola. Para chegarmos ao resultado final dessa pesquisa entrevistamos 40 alunos e 05 professores, além do questionário escrito houve uma conversa para maior entendimento do que se tratava de fato a pesquisa.
 Vejamos agora um gráfico que indica com mais clareza resultado da pesquisa
 
 Imagem 01 - Gráfico

A partir do gráfico podemos notar que alguns tópicos são considerados mais relevantes para os alunos e que poderiam afastá-los da escola. Porém é importante entender que esses alunos que buscam a (re)escolarização deixam marcas de contradição entre o seu discurso e a realidade. Os alunos reconhecem que estudar é importante, mas quando estão matriculados em um programa de EJA, o que se verifica é uma significativa taxa de infreqüência.
            Entretanto, cabe ressaltar que infrequência não está relacionada com o mesmo conceito de “evasão”. Para Campos (2003) a evasão escolar na EJA pode ser registrada como um abandono por um tempo determinado ou não. Diversas razões de ordem social e econômica concorrem para a “evasão” escolar dentro da EJA, transpondo a sala de aula e indo além dos muros da escola.
            Campos (2003) afirma que os motivos para o abandono escolar podem ser ilustrados quando o jovem e adulto deixam a escola para trabalhar; quando as condições de acesso e segurança são precárias; os horários são incompatíveis com as responsabilidades que se viram obrigados a assumir; evadem por motivo de vaga, falta de professor, falta de material didático e também abandonam a escola por considerarem que a formação que recebem não se dá de forma significativa para eles.
            Dessa forma, é importante observar que para se entender melhor a especificidade da EJA, se faz necessário o conhecimento do fenômeno “infrequência” como uma variável que pode ocasionar a inviabilidade dos cursos e programas para este público, bem como os motivos que levam estes jovens e adultos a serem infreqüentes. Devemos identificar e levar em consideração em que medida as expectativas trazidas por estes alunos vão ao encontro do compromisso de se manterem frequentes.
            Santos M. A. (2007) fez um estudo sobre a permanência de jovens e adultos no ambiente escolar. Ela afirma que é importante pensar o trabalho pedagógico da EJA de forma que o educando participe do desenvolvimento da sociedade. Sendo assim, nós, enquanto educadores temos a responsabilidade de criarmos uma dinâmica metodológica que atinja o interesse do educando, de maneira que a escola recupere seu objetivo social e supere o fracasso escolar, a repetência e a “evasão”. A autora ainda considera que diversos são os fatores que interferem no cenário escolar em forma de repetência e “evasão”, uma vez que ainda não há compreensão de que a função da escola não é somente ensinar ler e escrever. A mesma autora chama atenção para o fato de que o aluno de EJA é um aluno diferente, um pouco inseguro e, são as diversas derrotas vividas ao longo de um processo escolar, muitas vezes já iniciada no ensino regular, que irão abalar sua auto-estima. Para a autora, qualquer decepção, por mínima que seja sofrida na escola faz com que este sujeito abandone o ambiente escolar

Sendo assim, após analisarmos todos os fatores internos e externos citados pelos autores e ao analisarmos o contexto no qual a Educação de Jovens e Adultos está inserida, é importante observar a perspectiva que Arroyo (2006) assinala a seguir:

...os jovens e adultos continuam vistos na ótica das carências escolares: não tiveram acesso, na infância e na adolescência, ao ensino fundamental, ou dele foram excluídos ou dele se evadiram; logo propiciemos uma segunda oportunidade. (ARROYO, 2006, p.23).

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