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25 de agosto de 2011

A RELEVÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL

É no encontro com qualquer forma de Literatura que os homens têm a oportunidade de ampliar, transformar ou enriquecer sua própria experiência de vida. Nesse sentido, a Literatura apresenta-se não só como veículo de manifestação de cultura, mas também de ideologias.
A Literatura Infantil, por iniciar o homem no mundo literário, deve ser utilizada como instrumento para a sensibilização da consciência, para a expansão da capacidade e interesse de analisar o mundo. Sendo fundamental mostrar que a literatura deve ser encarada, sempre, de modo global e complexo em sua ambiguidade e pluralidade.

O conhecimento de rudimentos básicos de teoria literária [...], pois a literatura é a arte da linguagem e como qualquer arte exige uma iniciação (COELHO, 2000, p. 40).

Até bem pouco tempo, em nosso século, a Literatura Infantil era considerada como um gênero secundário, e vista pelo adulto como algo pueril (nivelada ao brinquedo) ou útil (forma de entretenimento). A valorização da Literatura Infantil, como formadora de consciência dentro da vida cultural das sociedades, é bem recente.
Para investir na relação entre a interpretação do texto literário e a realidade, não há melhor sugestão do que obras infantis que abordem questões de nosso tempo e problemas universais, inerentes ao ser humano. "Infantilizar" as crianças não cria cidadãos capazes de interferir na organização de uma sociedade mais consciente e democrática. A literatura infantil brasileira só veio surgir no século XX, muito embora ao longo do século XIX reponte registrada aqui ali, a notícia do aparecimento de uma ou outra obra destinada a crianças. Mas foi no século XX que o movimento se torna propício para o aparecimento dessa literatura. Gestam-se aí as massas urbanas, que além de consumidoras de produtos industrializados, vão constituindo os diferentes públicos, para os quais se destinam os diversos tipos de publicações como: as sofisticadas revistas femininas, os romances ligeiros, o material escolar, os livros para crianças.
A literatura infantil é funcional, não podemos, portanto, estudá-la dissociada do seu leitor, que é a sua razão de ser. Enquanto o escritor pode produzir emoções diferentes, e uma mesma situação ou um mesmo personagem ser interpretado diferentemente, no livro infantil tem destino marcado recrear a criança, educando, se possível, e favorecendo o desenvolvimento de sua inteligência.
O caminho para a redescoberta da literatura infantil, em nosso século, foi aberto pela Psicologia Experimental que, revelando a inteligência como um elemento estruturador do universo que cada indivíduo constrói dentro de si, chama atenção para os diferentes estágios de seu desenvolvimento (da infância à adolescência) e sua importância fundamental para a evolução e formação da personalidade do futuro adulto. A sucessão das fases evolutivas da inteligência é constante e igual para todos. As idades correspondentes a cada uma delas podem mudar, dependendo da criança ou do meio em que ela vive.
O impulso de contar histórias dever ter nascido no homem, no momento em que ele sentiu necessidade de comunicar aos outros alguma experiência sua, que poderia ter significação para todos. Não há povo que não se orgulhe de suas histórias, tradições e lendas, pois é a expressão de sua cultura que deve ser preservada. Concentra-se aqui a íntima relação entre a literatura e a oralidade. A literatura infantil, por iniciar o homem no mundo literário, pode ser utilizada como instrumento para a sensibilidade da consciência, para a expansão da capacidade e interesse de analisar o mundo. Sendo fundamental mostrar que a literatura precisa ser encarada sempre de modo global e complexo em sua ambiguidade e pluralidade. É no encontro com qualquer forma de literatura que os homens têm a oportunidade de ampliar, transformar ou enriquecer sua própria experiência de vida. Nesse sentido, a literatura apresenta-se não só como veículo de manifestação de cultura, mas também de ideologias.
Para investir na relação entre a interpretação do texto literário e a realidade, não há a melhor sugestão do que as obras que abordam questões de nosso tempo e problemas universais, inerentes ao ser humano. Por isso, o folclore tem sido a grande matriz da literatura infantil, não só pelo fabuloso, mas pelo trato dos assuntos e talvez por aquelas semelhanças entre a mentalidade infantil e a primitiva, em que os seres sobrenaturais como: bruxas, ogros, gigantes, o animismo (que humaniza todas as coisas), as estórias de bichos faladores, todo esse mundo uma permanente atração para as crianças.
Por isso, há necessidade de adaptação televisiva onde o mundo mágico de Monteiro Lobato e o seu “Sítio” eram presenças constantes nas fantasias de milhares de crianças e adultos.
Mediante esses fatos, podemos dizer que o fantástico está presente na obra em estudo, pois como diz Selma Calazans Rodrigues (1988:09) em seu livro, o Fantástico: “O Fantástico refere-se ao que é criado pela imaginação, o que não existe na realidade, o imaginário, o fabuloso”. É o que podemos perceber na aparição de alguns personagens do Sítio do pica-pau amarelo, em que Sacis nascem numa mata de bambus, e criaturas fantásticas aparecem para brincar onde até Branca de Neve esteve lá, oferecendo um jantar maravilhoso para o gato de botas, no pomar de Dona Benta, com a presença de todos os personagens das fábulas do conto de fadas.
Portanto, de acordo com o que foi citado, o fantástico é algo que foge ao natural, ou seja, são coisas que só acontecem na imaginação, por isso, são irreais. Nesse Sítio cabia de tudo, desde contos da carochinha até a mitologia, como Hércules, desde o saci e a cuca fazendo parte do nosso folclore até o Marquês de Rabicó e o Burro Falante, porque todos eles fazem parte dos seres sobrenaturais.
Então, em relação à literatura infantil podemos dizer que seu fim é emocionar artisticamente a criança pelo sublime, pelo pitoresco ou pela aventura, e ao mesmo tempo desperta-lhe a imaginação, aperfeiçoar-lhe a inteligência e aprimorar-lhe a sensibilidade.
Muitos estudos sobre a literatura infantil de Monteiro Lobato são unânimes em afirmar que o sucesso das histórias e estórias do Sítio do pica-pau amarelo junto às crianças leitoras reside no fato primeiro do autor/narrador combinar naturalmente fantasia e realidade procedendo de igual maneira às operações mentais da criança no ato de brincar. Realmente não existe constatação mais acertada, pois segundo Nelly Novaes Coelho:

O sucesso entre os pequenos leitores decorreu, sem dúvida, de um primeiro e decisivo fator: a realidade comum e familiar à criança, em seu cotidiano, é subitamente penetrada pelo maravilhoso ou pelo mágico, com a mais absoluta verossimilhança ou naturalidade. (1981:356). 

22 de agosto de 2011

HOMENAGEM AO SUPERVISOR EDUCACIONAL

Dia 22 de agosto é o Dia do Supervisor Educacional. A vocês, companheiros na busca por dias melhores e educação de qualidade, nossos parabéns!!!
Que o prefixo que antecede o nome de tão importante profissão possa acompanhar todos os bons momentos de suas vidas. Assim... um Super Dia para vocês!!!

22 de agosto Dia do Supervisor Educacional

O Supervisor Educacional é o profissional responsável pela coordenação e apoio às atividades do corpo docente, com objetivo de promover melhor desempenho do trabalho didático-pedagógico. Este profissional pode atuar em instituições escolares de Educação Básica, no magistério do Ensino Superior e em pesquisa educacional.
São atribuições do Supervisor Educacional:
- Atuar no desenvolvimento do currículo e desta forma, assegurar o relacionamento e a ordenação seqüencial dos conteúdos.
- Dinamizar o processo educacional e promover a melhoria qualitativa do ensino.
- Elaborar o plano anual de atividades do Serviço de Supervisão Pedagógico.
- Promover estudos para o aperfeiçoamento constante de todo o pessoal envolvido no processo ensino-aprendizagem.
- Supervisionar a execução do Plano Pedagógico, a fim de que se processe a integração do Corpo Docente em relação a objetivos, conteúdos programáticos e técnicas de direção de aprendizagem, sistema de controle de aproveitamento e normas de conduta.
- Controlar o rendimento escolar dos alunos, pesquisando as causas de aproveitamento insuficiente.
- Orientar os professores no planejamento e desenvolvimento de estudos de recuperação e de adaptação.
- Julgar, auxiliado pelos professores, da equivalência ou da insuficiência de conteúdos curriculares, em casos de recebimento de transferências, e das formas de adaptação a serem adotadas, quando necessário.
- Responsabilizar-se, na esfera de sua competência, pela integração do Serviço de Supervisão Pedagógica com outros serviços da instituição de ensino, principalmente com o Serviço de Orientação Educacional.

17 de agosto de 2011

Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas


A primeira fase da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) será realizada nesta quarta-feira para 252.783 alunos de 248 escolas públicas do Distrito Federal (DF). As escolas inscritas já receberam o material necessário para a realização das provas e, desde então, estão mobilizadas para um dia dedicado à matemática.
A competição busca incentivar o ensino da matemática e descobrir talentos entre estudantes das escolas públicas nas etapas do ensino fundamental - 5ª à 8ª séries (6º ao 9º ano)- e ensino médio - 1º ao 3º anos.
O professor Reginaldo de Abreu, coordenador da OBMEP afirma que "as escolas envolvidas estarão se dedicando à matemática, numa ação coletiva que vai além da própria competição". Abreu diz que a olimpíada é um esforço coletivo no sentido de desmistificar o ensino e a aprendizagem da matemática, que é importante nas atividades acadêmicas e imprescindível na vida do cidadão.
A OBMEP é promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e pelo Ministério da Educação, e realizada pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada, com apoio da Sociedade Brasileira de Matemática e das Secretarias de Educação estaduais e do Distrito Federal.

15 de agosto de 2011

Paralisação Nacional da Educação


A CNTE convoca todas as entidades filiadas a participarem da paralisação nacional que vai acontecer na próxima TERÇA FEIRA, dia 16 de agosto. O principal objetivo da mobilização será cobrar a implementação do Piso nos estados.
Mesmo com a aprovação da Lei do Piso e com o reconhecimento da sua legalidade por parte dos ministros do STF, professores de alguns municípios e estados ainda não recebem o valor estipulado em lei. Assim, a Confederação orienta a todos os sindicatos que participem dessa luta pela implantação do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN).

14 de agosto de 2011

GÊNEROS, COMO SE CONFIGURAM DENTRO DA SOCIEDADE?

A interação por meio da linguagem em diversos contextos situacionais e culturais, (re)construindo nossas relações intersociais, construindo e/ou transformando nossa realidade social e participando de diferentes práticas socioculturais.
Compreender gêneros é, portanto, uma prática de leitura inserida em um contexto social, é entender que, “nossas atividades são realizadas no mundo social, em situações concretas, e é por meio da linguagem, nas suas diferentes modalidades, que realizamos muitas das ações que nos interessam” (Kleiman, 2006, p. 25). [...] As formas de comunicação reconhecíveis e auto-reforçadas emergem como gêneros.  O que Bazerman nos indica é que compreendamos gêneros como formas tipificadas de nossas ações sociais nos diversos contextos e nas diversas interações que estas ocorram, buscando, em adição, entender que a interação determina os processos de tipificação de práticas sociais mediadas pela linguagem que emergem em formas de gêneros do discurso. Dessa forma, leitura com base em gêneros, é colaborar para um contexto de aprendizagem situado no qual ensinar linguagem passa a ser procurar entender sua dinâmica social.
Gêneros fazem parte de estruturas sociais organizadas. A sociedade se comunica e interage por meio de gêneros. Bakhtin (2000, p. 279) discute que “todas as esferas da atividade humana, por mais variadas que sejam, estão sempre relacionadas com a utilização da língua”. Em outras palavras, é procurar estabelecer na dinâmica dos gêneros, sua constituição sócio-funcional por meio das diferentes esferas sociais da qual faz parte. Bakhtin também mostra que “cada esfera de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, sendo isso que denominamos de gêneros do discurso”.
Sob a compreensão da linguagem (Bakhtin, 1981 [1929], 2000), podemos perceber a relação de gêneros com esferas sociais e sua construção por meio de enunciados relativamente estáveis que se tipificam na interação por meio da estabilização dos índices de totalidade do enunciado. Segundo Bakhtin (idem, p. 299), a totalidade de acabamento do enunciado é determinada por três fatores indissociavelmente ligados ao todo orgânico do enunciado:
      O tratamento exaustivo do objeto de sentido;
O intuito, o querer-dizer do locutor;  
As formas típicas de estruturação do gênero do acabamento.
Assim Bakhtin, parte defende tese que o gênero se configura de tema (objeto de sentido), estilo (intuito) e composicionalidade (estruturação típica) que procuram, em relação dialógica, por meio de enunciados na interação em uma dada esfera social, construir gêneros que possam atribuir sentido nas “condições e situações variadas de comunicação” (p. 294) e atender ao critério dito como mais importante do enunciado.
Podemos indicar que quanto aos índices de totalidade, Bakhtin procurava relacioná-los com as esferas de comunicação. Dessa forma, sob essa perspectiva, podemos verificar que o conteúdo temático do gênero – o tema - se determina na esfera social da qual se constrói e funciona e recebe um acabamento relativo, em “condições determinadas, em função de uma dada abordagem do problema, do material, dos objetivos por atingir, ou seja, desde o início ele estará dentro dos limites de um intuito definido pelo autor” (p. 300). Bakhtin (idem) nos faz pensar sobre como o tema, o objeto de sentido do gênero, se inter-relaciona com o intuito em uma determinada interação que ocorre em uma esfera específica por meio de enunciados. Segundo Bakhtin a seleção de um gênero do discurso para mediar à interação se dá por meio da necessidade de um tema, estilo e composição de enunciados que possam, de fato, e com sucesso, realizar a comunicação enunciativa. Rodrigues (2005, p. 163) discute a questão dos gêneros do discurso sob a perspectiva do círculo linguístico de Bakhtin, e suas diversas concepções e propostas de teorização, afirmando que, Embora em outros textos do Círculo os gêneros também sejam nomeados e definidos como formas de discurso social, formas de um todo, tipos de interação verbal [...], Bakhtin opta pelo termo gêneros do discurso, definindo-os como tipos relativamente estáveis de enunciados ou formas relativamente estáveis e normativas do enunciado. De acordo o que foi discutido anteriormente entendemos que os gêneros se caracterizam por uma necessidade de acordo a cada esfera que lhe é particular, entendemos também que os gêneros possui suas próprias particularidades, discutindo e revelando a situação que está a sua volta. Configurando como algo necessário dentro da sociedade.